Importante conquista deste início de mandato, a Frente Parlamentar em Combate à Violência Contra a Mulher, ao Feminicídio e aos Relacionamentos Abusivos, publicada no Diário Oficial do Estado, no último dia 25, abrirá espaço para construirmos um diálogo acerca desta onda de violência contra a mulher, que vem crescendo a cada dia.
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública, os casos de feminicídio no Estado de São Paulo aumentaram 76% somente no primeiro trimestre deste ano. É assustador saber que a cada 36 horas uma mulher morre vítima deste tipo de violência.
Na manhã desta segunda-feira, 6, uma mulher foi assassinada a facadas no apartamento em que morava, um condomínio de alto padrão em Guarulhos. Após matá-la, o marido teria escalado o prédio até o 14º andar e se jogado. Difícil acreditar que esta mulher foi morta no primeiro ato de violência do cônjuge. Certamente, ela já vinha sendo vítima de algum tipo de violência, um xingamento, algum tipo de humilhação, um empurrão… No geral, a violência doméstica se desenvolve em um ciclo que é constantemente repetido.
Mesmo tendo consciência do perigo que corre, a vítima tende a não denunciar, seja porque depende do marido, porque tem vergonha ou tem medo de novas agressões.
Para começar a quebrar este silêncio, temos de investir pesado em opções de acolhimento a estas vítimas já no momento da denúncia. Daí a importância de atendimento especializado e ininterrupto nas Delegacias de Defesa da Mulher (DDM). Entendemos que as ocorrências do tipo são mais frequentes à noite e nos fins de semana, quando o casal fica mais tempo junto. Esta pauta é prioridade no nosso mandato e a Frente Parlamentar será um importante instrumento para perseguirmos este objetivo.
No mês passado, estive no Palácio dos Bandeirantes e entreguei ao vice-governador Rodrigo Garcia, uma solicitação para implementar atendimento 24 horas na DDM de Guarulhos, que atualmente funciona em horário comercial. Lá, há um consenso entre a delegada titular da Mulher, Luciana Lopes dos Anjos e do delegado seccional Genésio Léo Junior da importância do atendimento acolhedor e ininterrupto.
Tenho plena convicção de que a Frente Parlamentar em Combate à Violência contra a Mulher, ao Feminicídio e aos Relacionamentos Abusivos – que tem apoio de 37 deputadas e deputados – irá conclamar a sociedade para que o sentimento de estarrecimento diante de mortes tão brutais seja transformado em ações práticas, de prevenção, enfrentamento e de apoio a vítimas.
Não mediremos esforços para dar um basta nesta perversa realidade de mulheres, cujas vidas são aniquiladas todos os dias pela violência de gênero.