Em Depoimento à Polícia, Marcelinho Carioca Refuta Qualquer Conexão com Segunda Vítima

 Foto: Créditos-  WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O ex-jogador Marcelinho Carioca concedeu uma entrevista à imprensa na noite desta segunda-feira (18), logo após prestar depoimento na Delegacia Antissequestro (DAS), situada no centro da capital paulista. O ex-atleta estava desaparecido desde domingo (17) e foi resgatado hoje pela polícia em uma residência em Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo, onde permanecia como refém.

Fontes: YouTube – Record news

Diante dos repórteres, Marcelinho relatou que foi sequestrado em seu veículo logo após assistir a um show do cantor Thiaguinho em São Paulo. “Fui ao show do (cantor) Thiaguinho no sábado e saí por volta de meia-noite e quarenta minutos, na Neo Química Arena [estádio do Corinthians]”, narrou. Segundo o ex-jogador, os sequestradores exigiram dinheiro. “Pediram a senha do meu telefone. E aí você pensa nos seus filhos, na sua família”, expressou. “Não é fácil ter um revólver apontado para você o tempo todo”, acrescentou.

Carro do ex-jogador foi encontrado na Região Metropolitana de SP e levado para a delegacia — Foto: Alessandro Batata/TV Diário

Marcelinho contou que, ao retornar para casa, no Arujá, decidiu passar perto da residência de uma amiga, Taís, para entregar a ela ingressos para o show de domingo. “Eu disse: ‘domingo eu não vou poder ir porque estarei em um evento no centro de treinamento do Corinthians. E estou aqui para entregar os ingressos para vocês irem [no show] no domingo. Isso foi próximo da casa dela, na rua debaixo da casa dela”, detalhou o ex-jogador.

“Três ruas depois, tem uma festa de comunidade, um funk rolando e tudo mais. Foi questão de conversar com todo mundo que estava na frente da casa dela, e chegaram três indivíduos e me abordaram. Daí, levei uma coronhada na cabeça. Quando entrei no carro, já me colocaram no capuz, e não vi mais nada”, relatou.

Ele acredita que não foi reconhecido imediatamente pelos sequestradores. “O carro era filmado. Provavelmente, eles não sabiam [quem eu era]. Eles viram um carro daquele porte, próximo da comunidade, e chegaram para me abordar”, disse.

O ex-jogador e ídolo do Corinthians chorou ao relembrar o tempo em que ficou refém. Ele também mencionou que os criminosos o obrigaram a gravar um vídeo sob a mira de uma arma. No vídeo que circulou nas redes sociais, Marcelinho afirmou manter um relacionamento amoroso com Taís e que o marido dela, por vingança, os teria sequestrado. No entanto, ao ser ouvido pela polícia, ele negou qualquer envolvimento com a moça e alegou ter sido coagido pelos sequestradores a fazer tal afirmação. Além disso, criticou a cobertura da imprensa.

Quanto às prisões, a polícia informou que, até o momento, cinco pessoas foram detidas por suposta participação no sequestro: três homens e duas mulheres, encontrados na casa onde Marcelinho estava. Uma sexta pessoa foi conduzida à delegacia, sendo inicialmente considerada testemunha. “Cinco pessoas serão autuadas em flagrante”, afirmou Artur Dian, delegado-geral da Polícia Civil.

As investigações continuam, mas, inicialmente, a polícia apontou Marcelinho e sua amiga como vítimas do sequestro. “Eles estavam juntos no momento do arrebatamento. Então, até checarmos todas as circunstâncias do crime, são duas vítimas”, disse o delegado.

Sobre o vídeo divulgado nas redes sociais, o delegado comentou que não é incomum que sequestradores forcem suas vítimas a apresentarem uma versão diferente do crime. “Não é incomum os sequestradores, sob ameaça, fazerem as vítimas falarem o que eles querem. Isso acontece. E o próprio Marcelinho e a Taís corroboraram isso”. O delegado acrescentou que cerca de R$ 40 mil foram sacados da conta de Marcelinho, e as investigações continuam para apurar a possível participação de outras pessoas.