Major Olímpio, líder do PSL no Senado (Crédito: Roque de Sá/Agência Senado)
De Luana Franzão*, da CNN, em São Paulo
O senador Sérgio Olímpio Gomes, conhecido como Major Olímpio (PSL-SP), morreu nesta quinta-feira (18) devido a consequências da Covid-19, aos 58 anos. A informação foi confirmada nas redes sociais do parlamentar.
“Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olímpio. Por lei a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil”, diz a mensagem divulgada no Twitter do senador.
Diagnosticado com o vírus no dia 2 de março, o líder do PSL no Senado foi intubado duas vezes, uma no dia 6 de março, da qual se recuperou e foi extubado no dia 9, e a segunda no dia 10.
A infecção pelo novo coronavírus pode ter acontecido em uma visita ao Congresso Nacional com o objetivo de pedir verbas para emendas parlamentares. O senador estava internado no Hospital São Camilo, em São Paulo.
Caso aceite assumir o posto, o sucessor de Olimpio será Alexandre Luiz Giordano. O segundo suplente, que passa a ser o primeiro a partir de agora, é o ministro da Ciência e Tecnologia do governo Bolsonaro, o ex-astronauta Marcos Pontes.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giordano tem 48 anos, se identificou como empresário e se elegeu filiado, assim como Olimpio, ao Partido Social Liberal (PSL), legenda a que pertencia o presidente Jair Bolsonaro, hoje sem partido.
Major Olimpio e os dois suplentes eleitos com ele, Alexandre Giordano (à esquerda) e Marcos Pontes (à direita)
Foto: Reprodução/Facebook
Olimpio foi o terceiro senador brasileiro que morreu por causa da Covid-19. Em fevereiro, José Maranhão (MDB-PB) morreu por causa de complicações decorrentes da doença. Em outubro, Arolde de Oliveira, do PSD do Rio de Janeiro, morreu após contrair o novo coronavírus.
Trajetória na política
Olimpio nasceu em Presidente Venceslau, cidade no interior do estado de São Paulo. Se formou como policial militar aos 20 anos e exerceu a função por 29 anos. Ele se elegeu a um cargo público pela primeira vez em 2006, como deputado estadual pelo Partido Verde de São Paulo. Ele permaneceu na legenda até 2010, quando filiou-se ao Partido Democrático Trabalhista (PDT).
O parlamentar ascendeu defendendo a melhora na remuneração de policiais, utilizando slogans como “Polícia nota 10, salário nota 0”. No PDT fez oposição ao PSDB de São Paulo durante seus mandatos como deputado estadual. Em seu segundo mandato, foi líder do partido na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
O major desligou-se do partido em 2015, quando juntou-se ao recém-criado PMB (Partido da Mulher Brasileira), e, quatro meses depois, ao Solidariedade (SD). No mesmo ano ele assumiu seu mandato de deputado federal.
Oposição ao PT
Nos anos seguintes, na Câmara, Olimpio começou a se destacar como forte oposição aos governos do PT (Partido dos Trabalhadores), chamando a atenção com um episódio no qual gritou “vergonha” durante a posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil do governo Rousseff e foi retirado do local por seguranças.
Em 2016 candidatou-se à prefeitura da capital paulista pelo Solidariedade, mas recebeu apenas 2,02% dos votos.
Enquanto deputado federal, o major fez críticas à presidência de Dilma Rousseff e, posteriormente, de Michel Temer (PMDB), ganhando notoriedade nas redes sociais. Em 2018, Olimpio se filiou ao PSL, partido do na época candidato à Presidência Jair Bolsonaro.
Nas eleições deste mesmo ano ele lançou sua candidatura ao Senado e foi eleito como o mais votado do estado de São Paulo, alinhado às pautas de Bolsonaro, principalmente na esteira de armamento à população e defesas corporativas a policiais.
O presidente e o senador se distanciaram após a saída de Bolsonaro do PSL e devido a tensões entre o governo e a Operação Lava-Jato.
Durante a pandemia da Covid-19, Olimpio fez diversas críticas às medidas de João Doria (PSDB), principalmente em relação às restrições à circulação aplicadas pelo governador paulista. O parlamentar chegou até mesmo a protocolar um pedido de impeachment contra o tucano em abril de 2020.
*Sob supervisão de Daniel Fernandes