Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
“Estamos tentando equilibrar essa equação da economia com a saúde. Mas temos que entrar numa nova etapa do Plano São Paulo (plano de reabertura econômica e flexibilização da quarentena, que determina as regras de funcionamento de comércio e serviços). Ela é mais restritiva, eu reconheço. Não é fácil tomar essa decisão, uma decisão impopular, difícil, dura. Nenhum governante gosta de parar as atividades econômicas do seu Estado”, disse.
A coletiva de imprensa com mais detalhes ocorrerá a partir das 12h45. “Teremos de adotar medidas mais restritivas de distanciamento social para diminuir a circulação do vírus. É a única forma para tentarmos neste momento conter a aceleração das mortes e evitar que tantas famílias sejam devastadas, como vem acontecendo todos os dias. Aqui e no Brasil”, afirmou. “Infelizmente, nós chegamos no momento mais crítico, mais crítico da pandemia. Nossos hospitais estão chegando no limite, no limite máximo de ocupação. Essa nova cepa do vírus é muito agressiva, é muito perigosa.”
Na gravação, Doria destacou que a vacina e o distanciamento social são as únicas alternativas para barrar a transmissão do novo coronavírus. “Neste momento, só temos o isolamento como alternativa para reduzir a marcha do vírus e desafogar o sistema de saúde, garantindo, assim, um atendimento para todos”, disse. “Eu faço um apelo para você: por favor, respeite as recomendações de distanciamento.”
São Paulo está com fila de espera para leitos de internação pela central que regula transferências, vinculada ao Governo do Estado. Neste mês, ao menos 27 pessoas morreram à espera de um leito (Taboão da Serra confirmou o 12º óbito na quarta-feira).
“O Brasil está colapsando e, se nós não frearmos o vírus, não será diferente aqui, em São Paulo”, declarou. “Para aqueles que dizem que é só abrir novos leitos de UTI, esclareço: não é. No Estado de São Paulo, nós tínhamos 3,5 mil leitos de UTI. Agora (até abril, conforme anúncio feito nesta semana), temos 9,2 mil. Mas não há profissionais suficientes, profissionais de saúde para atender tantos leitos e, principalmente, para abrirmos mais leitos.”
Ele disse que se solidariza com a população neste momento. “Entendo o sofrimento de todos. É difícil não poder sair para trabalhar, é difícil não sair para batalhar pelo sustento da sua família, é difícil não poder ir para a escola, para a faculdade, ter restringido o seu convívio social. Você não pode ir pro esporte, não pode ir para a sua academia. Eu me solidarizo com todos que tiveram a sua vida afetada pela pandemia.”
No vídeo, Doria novamente critica as ações de combate à disseminação da doença em nível nacional. “O governo federal, no seu Ministério da Saúde, precisa viabilizar mais vacinas, o quanto antes.”
O Estado bateu o recorde de internações de toda a pandemia na quarta-feira, com 2.690 novas hospitalizações relacionadas à doença em um único dia. O maior registro anterior era de sexta-feira, 5, com 2.484, que já superava o recorde de 2020, de 2.201 internações, em 15 de julho. A média móvel também é a maior de toda a pandemia, com 2.378 novas internações por dia, um aumento de 19% em relação à média da semana anterior.
Na terça-feira, 9, e na quarta-feira, 10, o Estado teve os dois maiores registros de óbitos pela doença em 24 horas, com respectivamente 517 e 469 mortes confirmadas. Em 2020, o pico foi de 455 registros em um dia, no mês de agosto.
São Paulo tem 2.149.561 casos e 62.570 óbitos confirmados por covid-19. A taxa de ocupação de UTI é de 83%, média que é de 83,6% na Grande São Paulo. Em enfermarias, a ocupação é, respectivamente, de 67,1% e 74,9%.