Camara dos Deputados/ Marianna Holanda/Estadão
O vice-líder do governo e deputado Pedro Lupion (DEM-PR) resumiu como um “episódio triste” a entrevista de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao jornal Valor Econômico, em que fala em traição e promete deixar o partido. À Coluna, ele disse que o DEM é sim base do governo, “óbvio”.
Rodrigo Maia
“Foi um episódio triste. Infelizmente, ele se apequena quando não reconhece seus erros. (…) Na verdade, Rodrigo achou que era o DEM era feudo dele, mas não é assim que funciona. É partido político, não é um grêmio estudantil”.
Lupion foi um dos principais articuladores para que o DEM embarcasse na candidatura de Arthur Lira (PP-AL), motivo pelo qual Maia deixa a legenda. Segundo disse, não fosse pela atuação do presidente da legenda, ACM Neto, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o partido teria entrado oficialmente para o bloco de Lira.
“Sempre diziam assim: ‘Nós sabemos que o bloco do Rodrigo, do Baleia (Rossi) está difícil, mas temos que valorizar a história do Rodrigo no partido, não pode humilhar”, disse o deputado. “Maia está sendo injusto e ele sabe disso”.
Questionado se agora o partido deve ser aliado do governo, Lupion lembrou que há dois ministros do DEM, inclusive com um voltando para o Planalto (Onyx Lorenzoni, que deve assumir a Secretaria-Geral), dois terços da bancada na Câmara apoiaram Lira, governadores e prefeitos são governistas.
“Não sei porque estamos negando o óbvio ainda: somos base do governo”, disse. Para o vice-líder do governo, Maia sempre “tentou negar” que o partido fosse de direita e tentou levá-lo para a centro-esquerda. “Nem durante a presidência da Câmara ele aceitou isso. Tanto que os aliados principais dele sempre eram do PT, do PCdoB, sempre adversários nossos”.