Por Eduardo Rodrigues — ge-São Paulo
O São Paulo mostrou mais uma vez, na última quarta-feira, toda a sua fragilidade em lidar com situações adversas em jogos que requerem certo grau de experiência, concentração e até mesmo a “malandragem” do futebol.
Daniel Alves contra o Lanús — Foto: Staff Images / CONMEBOL
Diante do Lanús, da Argentina, pelo jogo de ida da segunda fase da Copa Sul-Americana, a equipe comandada por Fernando Diniz sofreu praticamente o jogo inteiro contra um time que não disputava uma partida oficial há 226 dias – o último jogo havia sido no dia 16 de março, na derrota para o Argentino Juniors.
O resultado foi uma derrota por 3 a 2 com mais um gol nos acréscimos, praticamente um replay do segundo gol sofrido contra o Fortaleza, nas oitavas de final Copa do Brasil, e que levou o jogo para os pênaltis: bola alçada na área e gol de cabeça do adversário.
Os dois gols sofridos no finalzinho na mesma semana escancaram a falta de experiência e concentração da equipe em determinadas situações.
Com o jogo 2 a 2, o São Paulo tinha de manter ao máximo a bola longe de seu campo de defesa e, por que não, ampliar o resultado. O que aconteceu foi totalmente o contrário. A bola não saiu dos pés dos jogadores do Lanús e, quando o Tricolor teve a chance de “matar” o jogo, não aproveitou.
A falta cometida aos 45 minutos do segundo tempo, então, deveria redobrar a atenção dos jogadores que estavam dentro da área. Mas novamente o que se viu foi um time desconcentrado e que deixou Quignón subir sozinho para fazer o terceiro gol.
A situação fica ainda mais delicada após Fernando Diniz dizer em entrevista coletiva que as jogadas de bola parada foram treinadas de forma incessante, tanto para o jogo contra o Fortaleza como para a partida diante do Lanús.
Um clube como o São Paulo, que diz ser possível brigar nas três frentes que disputa no momento (Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana), não pode dar vacilos como vem dando, principalmente nas partidas mata-mata.
Para elucidar: o São Paulo disputou quatro partidas eliminatórias neste ano (uma pelo Paulistão, uma pela Sul-Americana e duas pela Copa do Brasil) e não venceu nenhuma delas. Muito pela falta de experiência, concentração e a tal da “malandragem” do futebol.
Esses três fatores podem custar caro para uma equipe cheia de oscilações na temporada e que ainda não achou uma regularidade que seja possível dar esperanças ao seu torcedor.
Sufocado no campo de defesa
O sufoco que o São Paulo recebeu em seu campo de defesa merece um item à parte. Isso porque a equipe sofreu muito com a pressão imposta pelo Lanús na saída de bola do rival.
Muito provavelmente, o técnico Luis Zubeldía estudou o estilo de Fernando Diniz e mandou seu time pressionar para não deixar o Tricolor respirar e nem impôr seu jogo de toque de bola e transição ofensiva. Deu certo.
O Tricolor não abriu mão de tentar sair tocando desde o campo defensivo e se viu encurralado. O resultado foi uma porção de erros de passes, e o time argentino criando chance atrás de chance.
O Lanús soube aproveitar essa instabilidade do time brasileiro e foi mais incisivo na maior parte do jogo. Ainda assim, Brenner e Daniel Alves acertaram a trave.
No final das contas, parecia que o São Paulo estava havia sete meses sem disputar uma partida oficial, e não o Lanús.