Fonte: Agência Câmara de Notícias
A união de esforços pela prevenção do suicídio foi a tônica, nesta quarta-feira (16), do segundo módulo do simpósio promovido pela Frente Parlamentar de Combate ao Suicídio e à Automutilação no Brasil. Os debatedores enfatizaram que a pandemia de Covid-19 agravou o quadro de saúde mental da população e que a tecnologia pode ajudar a melhorar a situação.
A consultora nacional de Saúde Mental da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Catarina Dahal, divulgou uma plataforma digital que a instituição lançou com informações sobre saúde mental. Ela recomendou uma ação coordenada, com enfoque multidisciplinar, para evitar que o isolamento social imposto pela pandemia piore esse panorama. “A OPAS estima que de 30% a 50% das pessoas expostas a uma situação de pandemia podem desenvolver ou ter algum tipo de manifestação de intenso sofrimento.”
O coordenador da frente parlamentar, deputado Lucas Gonzalez (Novo-MG), também apontou a mobilização como fator importante para tentar diminuir as estatísticas sobre vidas que foram abreviadas. “A sociedade civil, os órgãos públicos, são vários movimentos Brasil afora de valorização à vida”, destacou.
Iniciativas
Durante o encontro, foram apresentadas várias experiências em todo o País sobre prevenção do suicídio. O juiz Serlon Santos, de Patrocínio, interior de Minas Gerais, por exemplo, falou do projeto Justiça na Escola. As psiquiatras Gilmara Bueno e Elisa Mello mostraram uma plataforma digital e um aplicativo com informações sobre o tema (Mind Joint).
O Instituto Vita Alere, de São Paulo, faz atendimentos online e organizou um Mapa de Saúde Mental com 160 instituições. Além do apoio a pessoas que pensam em tirar a própria vida, a entidade dá suporte às famílias que perderam seus integrantes.
A psicóloga Karen Scavacini alertou para a importância da iniciativa. “A cada suicídio completo – e a gente tem mais ou menos 13 mil por ano no Brasil –, há 135 pessoas impactadas por essa morte”, disse. “É um número enorme de pessoas com o luto mais duradouro e mais intenso e que precisam de um olhar diferenciado, um olhar mais cuidadoso.”
A secretária nacional da Juventude do governo Federal, Emily Silva, que também participou do debate, informou que 7 em cada 10 jovens tiveram impactos emocionais durante a pandemia.
Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: Agência Câmara de Notícias