Fortes chuvas causaram alagamentos, deslizamentos em morros e transtornos na região. Mortes ocorreram em Santos, São Vicente e Guarujá. Dois bombeiros morreram enquanto buscavam vítimas.
Bombeiros trabalham em área de deslizamento em Guarujá, na Baixada Santista — Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo
Um temporal forte em Santos, Guarujá e São Vicente, no litoral sul paulista, deixou pelo menos 18 mortos entre a segunda-feira, 2, e a terça-feira, 3. Houve vários deslizamentos nos três municípios e, conforme balanço da Defesa Civil do Estado, havia ainda 30 desaparecidos e cerca de 200 desabrigados na noite desta terça.
O Núcleo de Gerenciamento de Emergência da Defesa Civil do Estado indicou que a chuva acumulada nos temporais mais recentes no Guarujá foi de 282 milímetros; em Santos, no mesmo período, chegou a 218 mm. A média histórica prevista para a Baixada Santista durante todo o mês de março é de 257,3 milímetros.
Moradores do Morro do Tetéu sofrem com deslizamentos — Foto: Alex Ferraz/A Tribuna Jornal
Nesta terça, o Guarujá era o local com mais mortos (15) e desaparecidos (19). Um dos locais mais atingidos foi o Morro do Macaco Molhado, onde cinco morreram – incluindo dois bombeiros que tentavam encontrar uma mãe e um bebê após um desabamento, quando a terra deslizou outra vez.
O ajudante de pedreiro Luciano Oliveira, o Aranha, de 59 anos, dormia em casa, no morro, quando houve o deslizamento, por volta de 1h30. Ele ficou soterrado até o umbigo e teve auxílio de vizinhos e bombeiros. “Achei que iria perder metade do corpo. Me ajudaram a sair pela janela.” No início da tarde, mesmo com a chuva, Oliveira estava nas proximidades da casa, preocupado em conseguir documentos. Já a casa, de madeira, em que vivia há seis anos, desmoronou. “Não tenho lugar para ir. Perdi tudo, estou só com a roupa do corpo.”
Morro do Macaco, em Guarujá (SP), registra deslizamentos de terra — Foto: Solange Freitas/G1
Morros de Santos sofreram com deslizamentos por causa das fortes chuvas — Foto: Fábio Pires/G1
Bombeiros estimavam 30 imóveis atingidos no local. “Como algumas (moradias) não estão cadastradas, é difícil fazer estimativa mais próxima da realidade”, disse o secretário adjunto de Defesa Civil do Guarujá, Carlos Eduardo Smicelato. A prefeitura prepara um abrigo com 200 vagas, que pode ser ampliado para até 400. O Estado prometeu aluguel social aos desabrigados e a Defesa Civil se mobiliza para tirar moradores de áreas de risco, pois há perigo de mais desabamentos.
Bombeiros estimavam 30 imóveis atingidos no local. “Como algumas (moradias) não estão cadastradas, é difícil fazer estimativa mais próxima da realidade”, disse o secretário adjunto de Defesa Civil do Guarujá, Carlos Eduardo Smicelato. A prefeitura prepara um abrigo com 200 vagas, que pode ser ampliado para até 400. O Estado prometeu aluguel social aos desabrigados e a Defesa Civil se mobiliza para tirar moradores de áreas de risco, pois há perigo de mais desabamentos.
Em Santos, deslizamentos atingiram os Morros Santa Maria, São Bento, Vila Progresso e Monte Serrat – muitos moradores abandonaram as casas. A prefeitura distribuiu lonas plásticas a moradores e suspendeu parte das aulas, por dificuldades de acesso. Um colégio acolheu desabrigados.
Houve ao menos quatro quedas de barreira na Rodovia Doutor Manuel Hipólito Rego, em dois pontos da Rio-Santos e mais dois da Guarujá-Bertioga. O VLT da Baixada também amanheceu paralisado, após deslizamento de terra perto do túnel que liga Santos a São Vicente.