DL Deborah* j OJunia Oliveira
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A. Press)
O pilotoAllan Duarte de Jesus Silva, de 29 anos, morreu na tarde desta terça-feira. Ele pilotava oaviãoque caiu no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, nesta segunda-feira. Segundo a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), o paciente estava internado emestado gravíssimo. Ele teve praticamente 100% do corpo queimado com a queda do avião.
Os outros dois pacientes seguem emestado grave. Um deles teve 55% da área corporal queimada e o outro com 32% do corpo atingido. Todos eles passaram por cirurgia e foram encaminhados para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital João XXIII.
O piloto teria tentado até o último minuto minimizar os danos causados pela queda da aeronave. É o que acreditampilotos ouvidos ontem pelo Estado de Minas, noAeroporto Carlos Prates. “Infelizmente, havia carros embaixo. Mas pelas imagens, ele tentou pousar na rua”, disse um deles. Uma das hipóteses é de que o paraquedas, parte do sistema de segurança do avião acionado pelo piloto, tenha se enroscado no fio de alta tensão e atrapalhado a manobra.
A tentativa de pousar na rua, já que não conseguiria voltar ao aeroporto ao perceber uma pane, pode ter vindo da destreza de Allan em descer em pistas estreitas, uma vez que ele é também piloto dehelicópteroe considerado um especialista nesse tipo de aeronave. Ele, aliás, estava a caminho de Ilhéus (BA) com a missão de trazer de volta um helicóptero. A aeronave caiu naRua Minerva,no trecho situado entre as ruas Nadir e Rosinha Sigaud. O aparelho, de modelo SR 20 Cirrus Design, estava com sua capacidade máxima: o piloto e três passageiros.
De acordo com familiares, o piloto seria amigo do dono do avião e viajava a pedido dele. Aaeronaveconsta como de propriedade da Helicon Táxi Aéreo, empresa com sede na cidade de Colombo, no Paraná. No entanto, a operação estava em nome deSrrael Campras dos Santos, morador de Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que adquiriu a aeronave há três meses, em dia 3 de julho. Srrael permanece internado no Hospital João XXIII.
No aeroporto, as informações eram de que o modelo Cirrus, considerado um dos mais seguros da aviação, uma espécie de “iPhone dos aviões” nas palavras depilotos, embora comprado havia pouco tempo, já estava à venda. O novo comprador seria de Ilhéus, onde a venda seria concluída. As negociações envolviam um helicóptero como pagamento. No Carlos Prates, nenhum piloto que estava no local ontem conhecia Allan, justamente pela sua relação com esse modelo de aeronave.