Familiares e amigos velam os corpos das vítimas do massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo Foto: Felipe Rau/Estadão
O velório coletivo das vítimas do massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, começou por volta das 7h, desta quinta-feira, na Arena Suzano no Parque Max Feffer.
Os corpos que estão sendo velados no local são dos adolescentes: Caio Oliveira, Kaio Lucas da Costa Limeira, Samuel Melquíades Silva de Oliveira, Claiton Antonio Ribeiro e das funcionárias da escola Eliana Regina de Oliveira Xavier e Marilena Ferreira Vieira Umezo.
Douglas Murilo Celestino, de 17 anos, será o único dos cinco alunos assassinados que não será velado na Arena Suzano. Evangélica, a família optou por realizar a cerimônia em uma igreja da Assembleia de Deus de Suzano a partir da 13h desta quinta.
Samuel Melquiades, Caio Oliveira, Kaio Lucas, Claiton Antônio, Douglas Murilo, Marilena Umezu e Eliana Regina (Facebook/Reprodução)
Cinco adolescentes e três adultos morreram em decorrência doataque a tiros emSuzano, cidade na região metropolitana de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 13. Os atiradores Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, primeiro passaram por uma revendedora de carros usados de um tio de Guilherme, Jorge Antônio de Moraes, a primeira vítima da dupla. Em seguida, eles se dirigiram àEscola Estadual Raul Brasil, onde abriam fogo, vitimando cinco alunos, a coordenadora pedagógica e a inspetora da instituição de ensino.
Depois, segundo a polícia, Guilherme atirou em Castro e depois se matou – a dupla tinha apenas um revólver, calibre 38, que estava com Guilherme.
Outras nove pessoas ficaram feridas e estão hospitalizadas em três unidades de saúde da região. Mais cedo, a polícia chegou a divulgar, erroneamente, que estavam entre os mortos os alunos João Vitor Ramos Lemos e Pablo Henrique Rodrigues, mas depois corrigiu as informações.
Vitimas:
Caio Oliveira, 15 anos
O aluno da Raul Brasil era conhecido por ser estudioso e tinha muitos amigos.
Caio Oliveira, uma das vítimas do atentado à tiros na Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP) – 13/03/2019 (Facebook/Reprodução)
Douglas Murilo Celestino, 16 anos
O estudante chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do Hospital de Clínicas Luzia Pinho de Melo. Visto pela família como um garoto bondoso e sem malícia.
Douglas Murilo Celestino, uma das vítimas do atentado à tiros na Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP) – 13/03/2019 (Whatsapp/Reprodução)
Samuel Melquiades Silva Oliveira, 16 anos
O aluno era religioso e dizia à família que queria ser artista plástico.
Samuel Melquiades, uma das vítimas do atentado à tiros na Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP) – 13/03/2019 (Foto/Arquivo pessoal)
Claiton Antonio Ribeiro, 17 anos
Familiares contam que o estudante era quieto e humilde, sempre preocupado com os pais.
Claiton Antônio Ribeiro, uma das vítimas do atentado à tiros na Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP) – 13/03/2019 (Facebook/Reprodução)
Kaio Lucas da Costa Limeira, 15 anos
O estudante era bastante ativo nas redes sociais – em seus perfis, as publicações sobre futebol e seu time do coração, o Santos, eram frequentes.
Kaio Lucas Costa Limeira, uma das vítimas do atentado à tiros na Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP) – 13/03/2019 (Facebook/Reprodução)
Funcionárias da escola:
Marilena Ferreira Vieira Umezo, 59 anos
A coordenadora pedagógica era conhecida pela comunidade como querida por todos e com forte ligação com os trabalhos da igreja que frequentava.
Marilena Umezu, uma das vítimas do atentado à tiros na Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP) – 13/03/2019 (Facebook/Reprodução)
Eliana Regina de Oliveira Xavier, 38 anos
Inspetora da escola, era querida pelos alunos.
Eliana Regina de Oliveira Xavier, uma das professoras vítimas do atentado à tiros na Escola Estadual Raul Brasil, de Suzano (SP) – 13/03/2019 (//Arquivo pessoal)
Jorge Antônio de Moraes, 51 anos
O dono da revendedora de carros usados JJV Veículos era conhecido por ser tranquilo e discreto. Era tio de Guilherme Monteiro, um dos atiradores.
O governador João Doria (PSDB) decretou luto oficial de três dias no estado de São Paulo.
Joao Doria e Coronel Salles em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (13) — Foto: TV Globo/Reprodução
Doria cancelou as agendas da tarde e seguiu de helicóptero até a escola, acompanhado dos secretários da Educação, Rossieli Soares, da Segurança, general João Camilo Pires de Campos, e do comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo Vieira Salles.
“Foi a cena mais triste que assisti em toda a minha vida”, disse o governador. “Fiquei consternado, chocado com o que vi aqui. Nunca tinha visto uma cena igual em toda a minha vida. Então a minha solidariedade a essas famílias. De todos, aos que estão feridos também.”
“Determinei que a Secretaria de Saúde pudesse enviar aqui para o atendimento às famílias estrutura psicológica e na mobilização dos hospitais. Houve um rápido atendimento para remoção dos feridos aos hospitais”, disse, acrescentando que a Polícia Militar chegou em oito minutos.
“Às vítimas, aos pais dessas crianças, aos familiares dessas duas funcionárias da escola, e também aos pais e familiares dos dois homicidas, a nossa solidariedade”, disse Doria.