Será mesmo o fim do rodízio de água em Guarulhos?

A escassez de água nas torneiras dos guarulhenses é um problema crônico e antigo que até o final do ano passado parecia sem solução. Eis que num passe de mágica, o prefeito de Guarulhos Guti Gustavo anuncia a concessão do Saae para a Sabesp como a salvação para todos os problemas relacionados ao serviço de água e esgoto da cidade.

E tudo caminhou bem rápido. Um acordo firmado com o antigo aliado e então governador Márcio França, com anuência da Câmara Municipal, selou o pacote de bondades que garante, entre outras coisas, acabar definitivamente com o rodízio de água e manter pleno abastecimento em todo o município.

Historicamente, os moradores da cidade de Guarulhos, principalmente das regiões mais afastadas do Centro, sofrem com o medo constante da torneira seca. Por isso, quando a água chega, é comum providenciar tambores e baldes para armazenar o recurso, um jeito que a população encontrou para driblar os dias difíceis, solução paliativa e perigosa, já que estocar água exige cuidados em relação à saúde e até mesmo à segurança das crianças.

O tratamento de esgoto é outro problema. Durante décadas, Guarulhos sempre foi apontada como uma das principais poluidoras do Rio Tietê, até que três Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) foram construídas na gestão anterior e começamos a diminuir o volume de detritos jogados in natura diariamente no rio. Mas, ainda falta muito para sanarmos este atraso.

No acordo firmado no ano passado, que agora tem de ser cumprido por João Dória, estes problemas prometem ser todos resolvidos. Além de investimentos de infraestrutura, a estatal congela uma dívida de mais de R$ 3 bilhões que vinha sendo questionada na Justiça por muitos ex-prefeitos da cidade. Todos eles foram unânimes em questionar os valores cobrados pela estatal. E isso também aconteceu com outras cidades, como Santo André e Mauá, por exemplo.

Entrou governo, saiu governo e o impasse continuou, já que a postura da Sabesp sempre foi a de oferecer o perdão da dívida em troca de assumir os serviços de saneamento das cidades endividadas.

Cabe ressaltar que estaremos vigilantes ao cumprimento de todas estas promessas. E mais, vamos acompanhar, bem como cobrar o compromisso do prefeito de absorver toda a mão de obra da autarquia pelos quadros da Prefeitura ou pela própria Sabesp.

Os servidores não podem ser penalizados. A estes profissionais, além do reconhecimento por anos de dedicação e serviços prestados à cidade – sim, a maioria é funcionário de carreira -, exigimos clareza e transparência em todo o processo. Na concessão de benefícios, no pagamento de indenizações e, na absorção dos que optarem por continuar servindo à cidade.

Na Assembleia Legislativa, vamos cobrar do governador eficiência e agilidade em todo o cronograma de obras. Já passamos da metade do primeiro trimestre e a falta de água ainda é um problema grave para a nossa população.

Nosso mandato estará à disposição dos munícipes para apontar qualquer falha deste acordo. Vamos exigir que se construa mais reservatórios de água na cidade e estações de tratamento. Desta forma, sim  a água nas torneiras é segura!

Por enquanto, água todo dia é só promessa!

Márcio Nakashima
Deputado estadual (PDT)