Combinação de fotos mostra Juan Guaidó e Nicolás Maduro — Foto: Yuri Cortez/ AFP
Um grupo de países com posições divergentes sobre a Venezuela tentará nesta quinta-feira (7) em Montevidéu buscar uma solução para a crise no país, em meio à disputa entre o presidente Nicolás Maduro e o presidente do Parlamento Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país.
Representantes da União Europeia (UE), de oito países do bloco e de cinco da América Latina se encontrarão em Montevidéu com o objetivo de contribuir para criar as condições para possibilitem um processo político e pacífico à grave crise política na Venezuela.
Inicialmente convocado por México e Uruguai como um encontro de “países neutros” para buscar uma solução, a reunião terá a participação da UE, que se uniu ao processo após a criação de um grupo de contato internacional, ao qual depois foram adicionados três países latino-americanos (Equador, Costa Rica e Bolívia).
A reunião não terá a participação de representantes do governo de Maduro nem da oposição venezuelana.
Maduro apoiou na quarta-feira “todos os passos e iniciativas de facilitação do diálogo” e afirmou que o governo está “preparado” para participar em um processo de entendimento.
Mas Guaidó, que foi reconhecido como presidente interino por quase 40 países, incluindo os Estados Unidos e o Brasil, reiterou que “a oposição venezuelana não vai se prestar a nenhum tipo de falso diálogo” que permita a Maduro ganhar tempo.
Ajuda humanitária
A reunião acontece em um momento de tensão pela chegada de ajuda humanitária a Venezuela, em particular enviada pelos Estados Unidos, após o bloqueio dos militares em uma ponte da fronteira com a Colômbia, onde foi estabelecido um centro de coleta de remédios e alimentos.
Guaidó, 35 anos, fez um apelo aos militares para que não bloqueiem a entrada de ajuda, que Maduro rejeita por considerá-la a ponta de lança de uma invasão.
Com escassez de alimentos e remédios, além de uma inflação que o FMI projeta em 10.000.000% para este ano, a Venezuela enfrenta a pior crise de sua história moderna, que provocou o êxodo de 2,3 milhões de pessoas desde 2015, segundo a ONU.