Letreiro da cidade de Brumadinho nesta quarta-feira (6) — Foto: Thaís Leocádio/G1
Após 13 dias do rompimento da barragem do Feijão, da Vale, o clima em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é de muita consternação. Na manhã desta quarta-feira (6), uma chuva fina cobria a cidade, que tenta voltar à rotina depois da tragédia, ocorrida no dia 25 de janeiro.
O comércio inevitavelmente foi afetado. “Perdi amigos, conhecidos e clientes”, comentou Nilton Cesário de Oliveira, dono de uma agro veterinária que fica no centro da cidade.
Com população estimada de 39 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é difícil encontrar um morador que não tenha perdido um conhecido no desastre.
A atendente de farmácia Mariana Weter contou que perdeu três pessoas. Uma delas ainda não foi localizada.
Já o orientador operacional da Vale Wallace Campos, que trabalhava na Mina do Feijão há 19 anos, não consegue calcular o número de amigos mortos. Ele deixou o serviço às 7h30 naquele dia, mas muitos de seus colegas de trabalho continuaram no local.
“Quando eu ligava e o telefone caía na caixa postal, eu já sabia…”, relatou o funcionário da mineradora.
Segundo Wallace Campos, o ambiente de trabalho era agradável e agora ele aguarda remanejamento.
“Acho que a situação aqui nunca vai normalizar. Brumadinho depende muito do outro lado da cidade. Como está tudo fechado, eles não conseguem vir para cá”, acrescentou o comerciante Nilton Cesário de Oliveira ao mencionar os bairros que seguem isolados por causa do bloqueio da MG-040.
Os trabalhos de resgate recomeçaram às 7h com equipes em terra e dois helicópteros. Até o momento, 142 mortes foram confirmadas. Quase 200 pessoas continuam desaparecidas.